Até onde vai a minha liberdade?

Quem nunca se perguntou: Eai, pode ou não pode? Devo ou não devo? Vou deixar de fazer só porque os outros não concordam? Se sou livre, não posso fazer o que quero? Até onde vai a minha liberdade?

Comumente ouvimos e nos fazemos essas perguntas. Ainda mais quando nos deparamos com situações onde somos colocados em prova. Situações em que a nossa consciência não nos acusa, mas algo soa errado. Situações nas quais, em nossa consciência, nós não cometeremos nenhum erro, mas muitos acabam não se agradando das nossas atitudes. Eai, como devemos nos portar diante de tais situações? Liberdade ou libertinagem?

Vejamos que, essas dúvidas não são exclusivas do século XXI. Por volta do ano 55 d.C Paulo escreveu uma carta à igreja em Corínto buscando trazer soluções para uma série de problemas que ocorriam na igreja, e um deles era exatamente este: "Os limites da liberdade cristã"

"Tudo é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo é permitido", mas nem tudo edifica. Ninguém deve buscar o seu próprio bem, mas sim o dos outros. Comam de tudo o que se vende no mercado, sem fazer perguntas por causa da consciência, pois "do Senhor é a terra e tudo o que nela existe". Se algum descrente o convidar para uma refeição e você quiser ir, coma de tudo o que lhe for apresentado, sem nada perguntar por causa da consciência. Mas se alguém lhe disser: "Isto foi oferecido em sacrifício", não coma, tanto por causa da pessoa que o comentou, como da consciência, isto é, da consciência do outro e não da sua própria. Pois, por que minha liberdade deve ser julgada pela consciência dos outros? Se participo da refeição com ação de graças, por que sou condenado por algo pelo qual dou graças a Deus? Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus. Não se tornem motivo de tropeço, nem para judeus, nem para gregos, nem para a igreja de Deus. Também eu procuro agradar a todos de todas as formas. Porque não estou procurando o meu próprio bem, mas o bem de muitos, para que sejam salvos.  1 Coríntios 10:23-33

Note que depois ilustrar seu conselho com situações rotineiras da época, Paulo faz duas perguntas semelhantes as nossas: Pois, por que minha liberdade deve ser julgada pela consciência dos outros? Se participo da refeição com ação de graças, por que sou condenado por algo pelo qual dou graças a Deus?

Não é isso mesmo que pensamos? Porque não fazer se estou em paz comigo e com Deus? 

Para nossa felicidade, a resposta vem logo em seguida: Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus. Não se tornem motivo de tropeço, nem para judeus, nem para gregos, nem para a igreja de Deus. Também eu procuro agradar a todos de todas as formas. Porque não estou procurando o meu próprio bem, mas o bem de muitos, para que sejam salvos.

Com isso podemos concluir que, mais uma vez, tudo se resume no amor. Deixar alguns prazeres de lado somente para que os calouros da Caminhada não tropecem é uma demonstração do nosso amor por eles. Também devemos nos lembrar que todas as nossas atitudes devem refletir a presença de Cristo em nossos corações. Não devemos tornar nossa liberdade em libertinagem, do que adianta ter asas e não ter o céu para voar? 

Foi por isso que Cristo mesmo disse: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me". Lucas 9:23