Estive em Lisboa em outubro de 2011, a convite da Fundação Caloustre Gulbenkian, para participar do ciclo de palestras chamado "Ambiente. Por que ler os clássicos?" Coube-me comentar o texto Nosso futuro comum, também chamado Relatório Brundtland, encomentado pela ONU à ex-primeira ministra da Noruega, Gro Brundtland, em 1984. O estudo, concluído em 1987, inspirou vários desdobramentos na governança ambiental global, além de eventos como a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que conhecemos também como Cúpula da Terra ou Rio 92.
Passados 24 anos, e às vésperas da Conferência Rio + 20, que será realizada em junho de 2012, vejo, com certa tristeza, que foram muitos os descaminhos. Os alertas e as recomendações feitos no relatório tiveram efeitos, mas não suficientes para que, na primeira década do século seguinte à publicação, estivéssemos em situação menos complicada.